Blu-ray resenha – Kings Of Leon: Live At The O2 London

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É um fato que comprovei muito recentemente a fundo, que os áudios novos Dolby True HD e DTS Master Audio são absurdamente superiores aos formatos convencionais.

Vou entrar nesse mérito em outro post, já que aqui vou falar sobre o novo show da Banda Americana “Kings of Leon” e seu novo show lançado em Blu-ray esse mês nos Estados Unidos.

O evento foi gravado neste ano de 2009 na Arena O2 em Londres. Abaixo uma amostra em HD no You Tube:

http://www.youtube.com/watch?v=WG3EnIUa9cY
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Sobre a imagem:

A imagem é impecável, gravada usando câmeras HD em 1080i, chamada de Live Transfer.
A luz tende muito pro âmbar, laranjas, amarelos, e sendo todos os integrantes loiros ou ruivos, mais as guitarras sendo cor de madeira, o vídeo fica com uma imagem amarelada, quase em tom sépia, que é proposital, já que a luz é desenhada assim.

A nitidez é ótima, contraste e profundidade, como nas cenas que mostra o público são incríveis.

Vejo muitos reviews de shows por aí, de gente dizendo que a imagem tem contraste ruim, que é granulado. Isso é um problema físico e não da reprodução. Quando uma câmera filma por exemplo um braço de guitarra em solo, com tudo escuro e bem de frente pra câmera está um foco de luz de 1000 watts, chamada “Luz Contra” ela entra na câmera como o sol na vista e não há como não perder o contraste do braço da guitarra enquanto a luz está na “cara” da câmera.

Qualquer pessoa que vá a shows, mesmo que sem perceber em algum momento torce a cara ou encobre a vista quando uma luz dessa passa direto na vista.

Então, não é um problema de transferência, de gravação, nem de LCD ou Plasma, é simplesmente uma luz forte ofuscando a imagem, o que em um show é todo o tempo e pra todo lado.

Outro mito de shows em mídia é que a imagem é granulada. Isso acontece porque há sempre fumaça no show, que faz perder contraste em função da “visualização dos feixes de fuz” e deixa como se fosse uma névoa no ambiente (inclusive as máquinas que produzem esse efeito são chamadas de Haze Maker, que é fazer “neblina”).

Outro detalhe é que a gravação não é feita em película, como em cinema, o que deixa tudo mais cru e “na cara” em função da resolução nativa, método de captura e velocidade dos frames.

Ao longo do show todo não perdemos a qualidade de vídeo, nem bit rate, sempre constante.

O visual geral do show é espetacular, como era de se esperar num evento desse porte.

Sobre o áudio:

Tive o prazer de trabalhar no Tim Festival em 2005 no Rio, e entre grandes artistas estava o Kings of Leon. Na época eles eram uma banda de poucos equipamentos, sem grandes “pedidos” técnicos, mas faziam um som absurdo ao vivo.

Vendo hoje esse show, vejo que eles melhoraram musicalmente, estão mais calmos e precisos, deixou de ter aquele entusiasmo inicial pra ter controle e precisão musical.

O equipamento usado por eles no palco é de primeiríssima, como amplificadores Ampeg e Matchless, Microfones Sennheiser, e Guitarras Gibson, e bateria DW, entre as melhores do mundo.

Tudo isso era de se esperar de uma banda desse porte hoje, com dinheiro e conhecimento, mas são fatos que ajudam no resultado sonoro, ou seja, melhor pra nós!

O show em Blu-ray tem um erro logo de cara, na contracapa diz  “Audio PCM Uncompressed 5.1 Surround Sound 48khz / 24 Bits”, e logo apertando menu, vejo que diz “96Khz / 24 Bits”, que é o dobro da amostragem de sinal de audio, aos ouvidos não treinados não se aplica como o “dobro da qualidade”, mas é uma diferença significante em qualquer sistema e pra qualquer ouvido, mesmo que não saiba o que procurar como diferença.

Finalmente tocando o show, meu processador leu “96Khz” e pude comprovar o erro de impressão na contracapa, o sinal de audio é realmente o dobro do descrito, o que é uma surpresa boa.

Tratando do som do show em si, tenho uma certeza: a gravação foi feita em dois shows distintos. Visualmente não notei essa diferença, já que os figurinos são praticamente os mesmos, mas no som o show é um até a música “Fans” e outro bem melhor em diante.

No começo do show, a diferença gritante é a bateria, que pra mim é o pilar de uma gravação ao vivo. A bateria parece “muito no fundo” em relação a voz, guitarra e baixo, o que acaba tirando o peso do som ao vivo. O bumbo está até tal ponto meio sem definição, sem “Kick” como chamamos a batida mais aguda quando o pirulito entra em contato com a pele, é uma característica fundamental de uma gravação de bateria.
Da música “Fans” em diante tudo vem pra frente e a bateria aparece com força total, com um Bumbo muito bem equilibrado, com kick e peso ao mesmo tempo, tomando conta do ambiente, marcando seu lugar como pilar da gravação.

Daí em diante é só alegria, guitarras bem tocadas e gravadas, Voz com timbre rouca do vocalista, que particularmente gosto muito, acho um cantor bom no que se propõe a fazer.

Todos os outros instrumentos estão bem acomodados em relação ao outro, tudo é muito limpo e cristalino, cada batida de prato, cada acorde. Gravação de primeira linha, como deve ser, só queria entender o que acontece no começo do show, nas primeiras musicas, que a bateria está destoada da mixagem, e sem “pegada”. Depois tudo muda e fica ótimo até o fim, então minha explicação é que a gravação foi feita em dois dias diferentes, muito comum em gravações ao vivo, muito mesmo. Mas geralmente não se percebe mudanças sonoras, é mais fácil ter visual já que não existem continuistas como nos filmes pra dizer que o tapete estava dobrado na ponta esquerda no começo, quando vai refazer a cena.

Conclusão:

Pra quem curte o som da banda, como eu, é um registro espetacular, de alta definição e de alta qualidade, em áudio e vídeo.

Não possui extras, mas não sinto falta após quase 2 horas de show .

Quem tiver um sistema bacana vai se surpreender com o surround e qualidade geral do áudio.

Recomendo muito!

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