Quem coleciona DVD e Blu-ray sabe como é bom olhar para a estante ou armário e ver tudo organizado, padronizado, certo? Quem dera!
A série Millennium foi uma das poucas que mantiveram o padrão visual do início ao fim (tudo bem que só foram 3 temporadas, mas quem teve a chance de comprar as primeiras levas dos boxes de Arquivo X em Digipak, também pôde ter as 9 temporadas fazendo bonito na estante). Idem para Jornada nas Estrelas – Enterprise e Charmed, ambas em Digistak da primeira à última temporada. Para fins de comparação, tirei uma foto dos meus boxes de Millenium:
Infelizmente isso virou exceção e não regra no mundo dos colecionadores de séries de TV. Outro exemplo logo abaixo:
À primeira vista já se percebe a despadronização nas lombadas.
A coisa fica mais feia do outro lado. Tem Amaray, Slim Cases e Digipak, uma bagunça só.
Confiram também:
- Vídeo: Embalagens de DVD e Blu-ray
- Colecionador Novato: Glossário de termos colecionistas
- Post do Leitor: Despadronizações e Desesperos!
Para quem não conhece, tem um exemplo de cada logo abaixo.
Amaray (esse box de Ally McBeal é da Austrália, lançado em 2002. Notem que tem um DVD em cada amaray case, modelo adotado pelas locadoras atualmente):
Slim Cases (esse box de Battlestar Galactica é dos EUA – nesse caso não consegui escapar da despadronização. Os meus primeiros boxes são em DigiDuplo com luva. O da 4ª e última temporada também é em slim case. Reparem que em alguns casos a arte de capa é idêntica para todos os slim cases, em outros eles mudam a arte. Também é adotado no mercado rental):
Digipak (o preferido de muitos colecionadores, mas há quem prefira o Digistak pela praticidade. Esse é o Box de Six Feet Under – A Sete Palmos):
Mais um caso, só que esse tem algumas peculiaridades. Esses são os boxes da série da BBC Spooks (“MI-5” nos EUA e “Dupla Identidade” no Brasil). À primeira vista parecem iguais, tirando o problema nas lombadas, mas a semelhança para por aí:
A primeira temporada vem em um belo Digipak com luva:
A segunda vem em um Digistak com uma luva transparente, bem legal. Idem pra terceira.
A quarta temporada também vem com uma luva transparente e no que parece ser um Digistak, certo?
Errado. Olha só o sistema de bandejas de correr:
Parece um híbrido de Digipak com Digistak, não? Só que a desvantagem é a mesma do digipak, pois pra pegar os últimos discos é preciso abrir todas as bandejas, como no box abaixo:
No Digistak é mais fácil acessar os discos, pois é só virar as “páginas”:
A inovação durou pouco e voltaram ao velho formato Digistak na 5ª temporada. E a luva deixou de ser transparente:
Para quem não coleciona isso parece bobagem, mas cá entre nós, será que é tão difícil manter o padrão?
E quem se aventura a comprar os boxes da nossa querida Universal do Brasil tem que aturar os terríveis Scanavos e suas travas assassinas. Comprei o box da 5ª temporada de House numa promo em uma loja virtual e não atentei para o fato de estar levando o box rental. Resultado: chegou um “tijolo” com seis Amarays dentro. Melhor que o Scanavo, mas um desastre na estante. Resolvi customizar o Box. Peguei três amarays duplos e diminui a largura da caixa usando um Box de outra temporada como referência. Até que o resultado não ficou ruim.
O da esquerda é o Box customizado:
Amarays duplos:
A diferença de largura entre os amarays duplos e os Amarays duplo/scanavo:
Claro que não se compara a essas belezinhas abaixo:
E dá pra fazer Digistak com até nove discos, ou seja, não precisava espremer quatro discos num scanavo:
E quando as distribuidoras (tanto as de fora como as daqui) querem elas fazem edições caprichadas, uma festa para os olhos dos colecionadores:
Mas nem sempre o que é bonito é sinônimo de praticidade. Vejam essa bela edição especial da 1ª temporada de Mad Men:
A embalagem tenta reproduzir o isqueiro Zippo. Na foto coloquei um Zippo de verdade para comparação.
Criativa, visualmente falando, mas ao abrir…
Os discos ficam em berços de espuma, assim como os encartes.
Não gosto de embalagens que não cumprem a sua função mais importante que é proteger o seu conteúdo. E uma embalagem pode ser criativa e prática ao mesmo tempo. Tomem como exemplo a lata de gasolina de Cães de Aluguel (Reservoir Dogs). Dentro da lata tem um belo Digipak:
O isqueiro de Mad Men poderia conter um mini-digistak como o que veio com o Box de plástico (vulgo “saboneteira”) da Série Clássica de Jornada nas Estrelas:
Outro exemplo de embalagem bonita por fora, mas por dentro terrível:
O horror…
E, olhem só, essa quem aprontou foi a Fox gringa. A novidade foi até tema de um “CARAY” aqui no blog. Foi o dia traumático em que conheci o tenebroso “Digipobre®”.
Só para comparar, eis uma edição decente com um conceito similar:
E para a lata não ficar tão “gorda”, poderiam até usar o DigiDuplo que não ocupa tanto espaço:
Resumindo, colecionador sofre!
Extra:
Confiram um vídeo do meu colega Felipe Fonseca sobre a involução das embalagens de Friends:
http://www.youtube.com/watch?v=vA2Z89w4e7k
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