A decepcionante replicação de Blu-rays no Brasil

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Colecionador brasileiro SOFRE!

Este post, além de um registro do início efetivo da replicação de Blu-rays no Brasil, é um alerta aos colecionadores brasileiros. Os trabalhos que teoricamente deveriam ter iniciado em novembro de 2009, só agora começam a resultar nos discos que chegam até nós. E as notícias, mais uma vez, não são boas.

Primeiramente, tínhamos esperança de que os preços dos Blu-rays seriam reduzidos quando da chegada da replicação nacional (se você não sabe, os discos vendidos aqui eram – e ainda são em muitos casos – de fora, sendo somente embalados em Manaus). Mas, como sempre, o mercado de home video no Brasil nos aplica uma pegadinha. Algumas produtoras como Sony e Paramount não arredaram pé e, de maneira inexplicável, continuam com os mesmos preços de quando os discos eram importados.


Blu-ray 100% nacional de G.I. Joe tem o MESMO PREÇO de um vindo de fora (e apenas embalado aqui).

Felizmente Disney e Warner começaram a baixar preços (pero no mucho). E o que é mais importante nesse caso: os lojistas estão repassando os valores das novas tabelas.

Mas não é só a questão do preço que decepciona neste início de replicação brazuca. O pior MESMO vem agora: a qualidade dos discos produzidos é muito baixa, com problemas sérios de impressão no selo e de qualidade das mídias. Para que isso não pareça uma acusação infundada, mostraremos a seguir exemplos e casos que chegaram até nós do BJC nessas últimas semanas:

1 – O caso Paramount e Soma dos Medos :

O nosso parceirão e veteraníssimo DVD Magazine publicou no final do mês passado uma imagem comparando o Blu-ray de “A Soma de Todos os Medos” feito lá fora com o produzido aqui pela Videolar.

Segundo Edinho Pasquale o disco nacional é praticamente transparente, sem a aplicação da camada cinza tradicional dos discos da Paramount. Vejam a imagem comparativa:

É uma grande ironia do destino um filme com esse nome apresentar tantos problemas em Blu-ray!

O colecionador mais veterano que está lendo este artigo agora deve lembrar desses discos prateados na parte superior, que eram muito comuns no início da replicação de DVDs. Além de serem mais feios que encoxar a mãe no tanque, esses safados mancham sua superfície só de respirar perto. Se olharmos  bem o título e os logotipos, parecem impressos numa máquina xerográfica.

Como se isso não bastasse, o DVD Magazine teve problemas com a reprodução desse título e no disco de Stardust (testando em mais de um player), que simplesmente não funcionaram. O leitor Carlos Quintão também relatou problemas semelhantes no Twitter. Portanto, se você comprou esses dois Blu-rays recentemente CORRA e teste AGORA para ver se está rodando. Caso contrário deverá entrar em contato com a Paramount para efetuar a troca.

2 – FOX e a impressão Microserviceana:

Está lá no nosso Fórum! Impressão borrada, ilegível am algumas partes neste Blu-ray de Avatar. Como disseram no Twitter, feita no modo econômico:

Clique e amplie para ver o que é um Blu-ray feito no Brasil

Agora compare com a impressão do disco do Reino Unido (que nem tem uma impressão tãããão boa assim):


Perto do nosso, esse disco tem até o selo em Full HD!

Abaixo mais um da FOX/Microservice. Agora o Independence Day replicado aqui na terra do macacão. Batizei esse de Blu-ray CRESPO. Alguém disse que dá pra lixar unha nele:

Esse nem precisa ampliar para ver o nível de qualidade!

3 – Sony e a bagunça nos códigos de região:

A maioria de nós, meros colecionadores, já aprendeu que as regiões de DVD são representadas por números e as de Blu-ray por letras. Aí vem a Sony, praticamente DONA do formato do raio azul e produz o Blu-ray com código de DVD. O leitor Marcelo Xavier, autor da imagem abaixo, até pensou que tinha comprado gato por lebre (mesmo com o logo do Blu-ray no disco, ele ficou na dúvida). Mas no final era BD mesmo. Simplesmente lamentável:

E não é só esse não! O leitor Alexandre Prestes percebeu a mesma mancada no Blu-ray de Dante’s Inferno:

Sei que o processo de produção de Blu-rays no Brasil está no início e tudo mais. Mas não dá pra aceitar erros tão primários desse tipo das produtoras. Como sempre lembro, o preço dos Blu-rays no Brasil é MUITO MAIOR do que deveria ser e não há desculpas para que o produto seja de qualidade inferior. As máquinas que fazem a replicação não custaram barato, e são as mesmas que outros centros de produção utilizam mundo afora.

Imaginem se a qualidade está nesse nível na replicação, o que virá quando a autoração for feita aqui. SERÁ A TREVA!

AINDA BEM que existe a possibilidade de importarmos os discos com opções no nosso idioma. Se você valoriza a sua coleção e preza pelo seu dinheiro, não tenha dúvida: faça a opção pelo importado, que além de ter melhor qualidade, é vendido pelo preço justo.

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